quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ex-companheiros lamentam morte de Alex Alves e recordam convivência com jogador


Tristes com o falecimento de Alex, antigos jogadores de Cruzeiro e Atlético contaram como foi a relação com o ex-atacante durante suas passagens pelo futebol mineiro


Embora tenha tido melhor passagem pelo Cruzeiro, Alex Alves também defendeu Atlético

Jogador rápido, de grande explosão e detestado pelos zagueiros adversários. Assim, os ex-companheiros de Alex Alves, tanto de Cruzeiro quanto de Atlético, o descreveram em campo. Fora dele, uma pessoa vaidosa, um pouco fechada, mas de bom coração. A tristeza pela morte precoce do ex-atacante, que lutava contra uma Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), doença rara própria da medula óssea, foi evidente no depoimento dos antigos jogadores do futebol mineiro. Em entrevista ao Superesportes, alguns deles comentaram a respeito da convivência com Alex durante sua trajetória no esporte.

“O Alex era um cara na dele, tinha respeito por todo mundo. Estávamos torcendo pela recuperação dele, mas infelizmente não aconteceu. Soube do falecimento dele através do meu irmão, que me ligou para avisar. Fiquei muito triste, ele vai deixar muitas saudades”, disse Marcelo Ramos, ex-companheiro de Alex Alves no Cruzeiro entre os anos de 1998 e 1999.

Nascidos na Bahia, porém em cidades diferentes, Marcelo Ramos e Alex Alves eram bastante próximos no período em que jogaram juntos em Belo Horizonte. “Tínhamos um relacionamento muito bom, até pelo fato de nós dois sermos baianos. Antes da época do Cruzeiro, já havia jogado contra o Alex – eu pelo Bahia e ele pelo Vitória. Jogamos juntos também na Seleção Brasileira Sub-20. Daí, quando ele veio para o Cruzeiro, a amizade se fortaleceu. Foram dois anos muito bons”, disse.

O ex-zagueiro Wilson Gottardo, que atuou junto com Alex Alves em 1998, disse que não tinha conhecimento sobre a doença do ex-companheiro. “Não sabia que o Alex estava doente. Depois que ele encerrou a carreira, não tive mais nenhum contato. Ouvi a notícia da morte dele em uma rádio de São Paulo e isso me pegou de surpresa nesta manhã”, revelou ao Superesportes.

Para Gottardo, a qualidade de Alex Alves em campo era indiscutível. O capitão celeste no título da Copa Libertadores de 1997 disse que, quando o Cruzeiro jogava contra times sul-americanos, os marcadores adversários ficavam desesperados quando a bola caía nos pés de Alex. “Ele era detestado pelos jogadores dos times argentinos. Quando jogávamos contra eles, alguns atletas adversários chegavam e me perguntavam: 'Como é que a gente faz para parar esse cara?' Eu me divertia com esses acontecimentos. O Alex era um jogador de muita explosão, tinha uma aceleração excelente. Como ele, vi poucos. Talvez o Denílson, que jogava no São Paulo”, lembrou.

Após a disputa da Seletiva para a Libertadores, em 1999, o Cruzeiro negociou Alex Alves com o Hertha Berlin, da Alemanha, por 7 milhões de dólares. O ex-atacante havia sido artilheiro do time celeste no Campeonato Brasileiro do mesmo ano, com 22 gols. Vivendo uma excelente fase, Alex chegou ao futebol alemão com status de grande contratação.

Alex Alves jogou no Hertha Berlin durante quatro anos. Não teve o mesmo rendimento que o consagrou no Cruzeiro e, em 2003, acertou seu retorno ao futebol brasileiro, dessa vez, para defender o Atlético. Alguns ex-companheiros de clube comentaram sua curta passagem com a camisa alvinegra.

“Jogamos juntos no Atlético e no Palmeiras. Ficamos mais próximos na época em que ele veio da Europa para o Atlético, em 2003. Chegamos a ficar concentrados juntos e, embora ele fosse um pouco fechado, a convivência foi muito boa, conversávamos bastante”, disse Velloso, ex-goleiro do Atlético entre os anos de 1999 e 2003. Segundo o arqueiro, Alex contou que, na época, quis voltar a Belo Horizonte para ficar mais próximo dos familiares. “O Alex era uma pessoa muito ligada à família. Ele disse que veio da Alemanha para ter contato com os familiares em Belo Horizonte, pois sentia muitas saudades da filha”, contou ao Superesportes.

Arquivo Estado de Minas
Alex Alves e Lúcio Flávio em 2003
A respeito do recente estado de saúde de Alex Alves, Velloso disse que já tinha conhecimento, mas que esperava uma recuperação do ex-atacante. “Soube que ele estava internado em Jaú, mas mesmo assim a notícia me pegou de surpresa. Me deixou bastante chateado, era um cara novo”, completou.

Acostumado a formar dupla de ataque com Marques, Guilherme atuou com Alex Alves em 2003. Com pouco tempo de convívio, o ex-atleticano disse que não teve mais contato com o ex-companheiro, mas deixou as condolências aos familiares. “Era um cara que eu tinha um convívio bom no Atlético. Conversávamos bastante, na concentração, nos treinos, falávamos de tudo. Depois que ele saiu do Atlético não tivemos mais contato. Era muito novo. A gente fica muito triste, sentimos pela família e esperamos que ele tenha um lugar melhor. Deixo minhas condolências aos familiares e pessoas mais próximas”, finalizou.

O atual técncio do Cruzeiro, Celso Roth, que trabalhou com Alex Alves no Atlético em 2003, também comentou a respeito da morte do ex-jogador. "A morte do Alex é uma pena. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos no Atlético em 2003 e passamos por bons momentos juntos. É a vida. É a única certeza que temos nela. Infelizmente aconteceu isso com ele, que vá com Deus", disse.

Passagens por Cruzeiro e Atlético

A passagem de Alex Alves pelo futebol mineiro foi marcada por altos e baixos. No Cruzeiro, o ex-atacante viveu o seu melhor momento na carreira e fez a torcida celeste vibrar com gols e excelentes atuações. Já no Atlético, a passagem durou apenas um ano e o jogador saiu do clube sem deixar saudades.

Arquivo Estado de Minas
Alex viveu melhor momento da carreira com a camisa celeste
Em 1998, Alex Alves foi contratado pelo Cruzeiro junto à Portuguesa, clube em que foi vice-campeão brasileiro em 1996. De início, o atacante era reserva. Porém, no decorrer da temporada, Alex ganhou mais espaço e contribuiu com gols importantes, principalmente no Campeonato Brasileiro de 1998, competição em que o time celeste foi vice-campeão - perdeu para o Corinthians na decisão.

O ano seguinte foi o mais positivo da carreira de Alex Alves. Com ótimas apresentações e vários gols, o ex-atacante contagiava toda a torcida do Cruzeiro com a "dança da capoeira" em suas comemorações. Com a camisa estrelada, foram 114 partidas, 55 gols e os títulos de campeão do Estadual, em 1998, e das Copas dos Campeões e Centro-Oeste, ambas em 1999. Além disso, Alex fez parte do time que chegou às finais das Copas do Brasil e Mercosul, e do Campeonato Brasileiro, todos em 1998.

Pelo Atlético, Alex Alves não teve a mesma felicidade. Após sair do Hertha Berlin, o ex-atacante foi trazido para disputar o Campeonato Brasileiro de 2003. No Galo, o jogador teve como companheiros de ataque o consagrado Guilherme e o também ex-cruzeirense Fábio Júnior. Durante o Nacional, Alex fez 27 partidas e marcou oito gols.

Os outros clubes em que Alex Alves jogou foram Vitória, Palmeiras, Juventude, Portuguesa, Vasco, Boavista, Fortaleza, Kavala (GRE) e União Rondonópolis (MT).

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