sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Rebeca Gusmão é banida do esporte

Tribunal Arbitral do Esporte toma decisão definitiva sobre casos de doping

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) pôs fim nesta sexta-feira à esperança de Rebeca Gusmão de voltar às piscinas. A entidade informou em seu site que a decisão final dos processos relativos à nadadora é de que ela se mantém banida do esporte. Procurada pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM, Rebeca não quis dar entrevista.
Rebeca respondia a dois processos por doping. Ela também era acusada de falsidade ideológica, mas, em agosto, foi absolvida por falta de provas. Desde que foi banida pela Federação Internacional de Natação (Fina), a nadadora vem se dedicando ao futebol de campo. Confira a cronologia do caso:

Setembro de 2007: Resultado positivo de 2006 é divulgado

Com mais de um ano de atraso, o primeiro resultado positivo de Rebeca para testosterona exógena, em exame realizado em maio de 2006, foi divulgado em setembro de 2007. Divergências entre a brasileira e o laboratório Armand Frappier, em Montreal, no Canadá, acabaram levando o caso para a Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Novembro de 2007: resultado positivo de exame realizado no Pan

A Fina divulgou o resultado positivo de Rebeca para a mesma substância em exame realizado no primeiro dia do Pan, 13 de julho, e enviado também para o laboratório de Montreal. No entanto, mesmo a contraprova também dando positiva, Rebeca e o seu médico, José Blanco Herrera, mais uma vez contestaram a credibilidade do laboratório, chegando a anunciar, inclusive, que a contraprova teria dado inconclusiva.

Novembro de 2007: dois DNAs são encontrados na urina de Rebeca

Se não bastasse o resultado positivo em dois exames de doping, um outro caso, ainda mais grave, complicaria a situação da nadadora brasileira. Foi divulgada a existência de dois DNAs diferentes nas amostras coletadas da urina de Rebeca Gusmão dos dias 12 e 18 de julho. Os resultados dos exames, que haviam sido solicitados pela Odepa, tinham dado negativo.

Dezembro de 2007: caso de fraude é entregue à polícia

Com a forte repercussão, o Comitê Olímpico Brasileiro se viu obrigado a entrar na história e resolveu entregar o caso de fraude à Polícia, arcando, inclusive, com todas as despesas na investigação. A fraude começou a ser estudada então pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública do Rio de Janeiro. O delegado Marcos Cipriano ouviu todos os envolvidos no caso e encaminhou o relatório ao Ministério Público sem indiciar ninguém.

Dezembro de 2007: Rebeca depõe, se diz inocente e acusa Eduardo de Rose

Rebeca Gusmão disse ao delegado Marcos Cipriano ser inocente e sofrer perseguição por parte do médico e diretor de doping da Odepa, Eduardo de Rose. Afinada com os discursos apresentados pela ex-médica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Renata Castro, e pelo seu técnico, Hugo Lobo, Rebeca insinuou que Eduardo de Rose teria uma relação questionável com o laboratório de Montreal, que analisou os dois exames que deram positivos.

Dezembro de 2007: Odepa anuncia retirada de medalhas e marcas do Pan

Mesmo antes da divulgação do resultado da contraprova do exame do dia 13 de julho, a Odepa preferiu se adiantar e anunciar a retirada das quatro medalhas (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze) e das marcas conquistadas por Rebeca durante os Jogos Pan-Americanos do Rio. Após sofrer algumas críticas por causa do anúncio precipitado, a entidade explicou que a decisão foi tomada com base na fraude dos exames dos dias 12 e 18 de julho, e não do exame positivo do dia 13.

Janeiro de 2008: Rebeca é indiciada por falsidade ideológica

O Ministério Público decidiu denunciar a nadadora Rebeca Gusmão por falsidade ideológica, caminhando o caso para a Justiça. O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, analisa a Folha de Antecedentes Criminais (FAC) da nadadora para propor ou não a suspensão condicional do processo. No entanto, se Rebeca for condenada, poderá pegar de um a três anos de reclusão, de acordo com o Artigo 299.

Maio de 2008: TAS se diz incapaz de julgar doping de 2006

Acusada de doping pela Fina em 2006, a atleta recebeu o comunicado de que a Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), sediada em Lausanne, na Suíça, avaliou-se incapaz de julgar a apelação feita pela Fina sobre o caso de doping da nadadora Rebeca Gusmão durante o Troféu Maria Lenk de 2006 e não acatou a primeira apelação sobre o assunto.

Maio de 2008: Rebeca é suspensa por dois anos pelo doping de 2007

Rebeca Gusmão é suspensa por dois anos pela Federação Internacional de Natação pelo resultado positivo para testosterona em exame realizado durante o Pan do Rio (13 de julho). Em nota oficial, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos disse que a Fina comunicou a suspensão da nadadora brasileira, a contar a partir do dia 2 de novembro de 2007. Com a decisão da Fina, Rebeca ficou fora dos Jogos Olímpicos de Pequim. A nadadora recorreu da decisão.

Julho de 2008: nova suspensão, desta vez, pelo doping de 2006

Após ter sido suspensa por dois anos pelo resultado positivo para testosterona em um exame realizado nos Jogos do Rio, a nadadora Rebeca Gusmão foi punida novamente pela Federação Internacional de Natação (Fina). A entidade voltou a anunciar uma suspensão de dois anos para a brasileira, desta vez por dar positivo, também para testosterona, durante um exame realizado em maio de 2006, no Troféu Brasil de Natação. Assim como no doping de 2007, a nadadora recorreu.

Julho de 2008: Jogos Olímpicos de 2012

A nadadora Rebeca Gusmão recebeu com tranquilidade a notícia de que foi punida com uma nova suspensão de dois anos pela Federação Internacional de Natação (Fina) por um exame antidoping realizado em maio de 2006 ter dado positivo por testosterona. A atleta garantiu que está confiante e surpreendeu ao revelar que pensava em competir por outro país.

Setembro de 2008: exclusão do esporte

Os advogados da nadadora recorreram ao doping de 2006, mas o uso da substância proibida foi confirmado. O mesmo aconteceu no caso do Pan do Rio, em 2007. O recurso não foi aceito pela Fina e a atleta foi banida do esporte por acumular duas suspensões (de dois anos) por irregularidades. Rebeca ainda teve direito a uma última audiência para tentar reverter a situação.

Março de 2009: última audiência no CAS

No dia 17 de março, o CAS fez a audiência definitiva sobre o caso. A defesa de Rebeca esperava que a decisão saísse em 45 dias.

Julho de 2009: depoimento ao Ministério Público

Nadadora dá explicações sobre o processo em que era acusada de falsidade ideológica. Ela lembrou que a amostra do dia 12 teve seu frasco trocado, e a mudança aconteceu sem seu conhecimento. Rebeca ainda levantou suspeitas sobre o médico uruguaio José Velloso Fernandes, que acompanhou a troca de frasco.

Agosto de 2009: vitória no processo de acusação ideológica

A nadadora de 24 anos foi absolvida da acusação de falsidade ideológica em exame antidoping realizado durante o Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007. Para o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Capital, não havia provas suficientes para a condenação, já que o Laboratório Ladetec enviou para o exame de DNA um frasco com numeração diferente daquele entregue lacrado por ela no dia 12 de julho de 2007.

Advogado de Rebeca Gusmão estuda recorrer sobre banimento

defesa da nadadora Rebeca Gusmão estuda a possibilidade de um recurso em relação à decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) em manter o banimento pelo resto da vida da atleta. O órgão confirmou nesta sexta-feira a decisão da Federação Internacional de Natação (Fina), de setembro de 2008, em torná-la inelegível para sempre por causa do envolvimento da atleta em casos de doping.

– Fomos comunicados hoje da decisão do CAS e ainda estou analisando a documentação. Mas estou aventando a possibilidade, embora que remota, de tentar um recurso. Em tese, trata-se de uma decisão final, mas não sei se infringiram algo da legislação suíça (a sede do CAS fica em Lausanne). Ainda não analisei com a devida profundidade – afirmou o advogado Breno Tannur.

O advogado, no entanto, está reticente em conseguir virar o jogo. Segundo ele, foram raras às vezes em aconteceram problemas em relação à legislação suíça.

Assim que recebeu o comunicado do CAS, Tannuri entrou em contato com Rebeca para informar sua cliente da decisão. De acordo com o advogado, ela ficou bem chateada, mas, por ser uma notícia recente, a atleta ainda está absorvendo a decisão.

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